sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fotografia




Por Cyntia Dutra

Com câmeras pinhole, máquinas fotográficas feitas artesanalmente com caixas de papelão ou latas de leite em pó, alunos de 12 a 46 anos de idade produzirão fotos para exposição.

Com uma faixa etária bastante diversificada, de alunos com idade entre 12 a 46 anos, as oficinas de fotografia artesanal tiveram início em setembro e acabam 08 de outubro, quando será feita uma exposição das fotos produzidas pelos alunos. As duas turmas juntas, orientadas pela coordenadora do Laboratório Multimídia, Ana Paula Fernandes, somam nove pessoas da própria comunidade.

O curso é voltado para a fotografia com câmeras pinhole, processo alternativo que não exige uso de equipamentos convencionais. A pinhole ou "buraco de agulha" é bem simples e pode ser construída com uma caixa de sapato ou lata de leite em pó. Com esses objetos pode-se criar uma câmera escura com um furo minúsculo, por onde a luz passa e cria no seu interior uma imagem invertida, que fica impressa no papel fotográfico.

Nas aulas práticas, os alunos confeccionam suas próprias câmeras pinhole e conhecem os processos físicos e químicos realizados no laboratório para captura da imagem e revelação do material. Além disso, aprendem sobre a história da fotografia, principais fotógrafos e o funcionamento da câmera escura.

Para Gisele Curty, de 24 anos, as oficinas estão abrindo o horizonte para uma possível vocação. “É claro que ainda está muito longe de me tornar uma fotógrafa, mas me deu um grande incentivo a conhecer mais sobre a fotografia”, afirma a jovem.

Já Valéria Cristina, de 38 anos, diz que as aulas de fotografia funcionam como uma terapia. “Enfrento problemas pessoais e vindo para cá esqueço tudo, além de aprender coisas novas e poder fotografar melhor”, afirma. Ela conta que também passa o conhecimento adiante. “Para onde eu vou levo as fotos e explico como foram feitas. Ninguém acredita que foram tiradas numa lata de leite em pó”, completa.


Fotogramas produzidos no laboratório

Eduardo Mariano, coordenador do Casa Brasil Terra Vermelha, acredita que o conhecimento passado nos encontros ajuda a desenvolver a ética e a questionar o senso comum. "O objetivo dessas oficinas é fazer com que as pessoas desenvolvam, com conhecimentos básicos, um senso crítico em relação aos meios de comunicação a fim de analisar a questão da produção e do consumo sob o ponto de vista da ética", afirma.



Alunos mostram seus trabalhos

A unidade vai oferecer mais dois cursos nos próximos meses. Em outubro, começam as oficinas de fotografia analógica e, em novembro, as de fotografia digital.

Um comentário:

MichelliPossmozer disse...

Muito legal esse trabalho que é desenvolvido pelo Casa Brasil junto ao CMC. É bom ver que a comunidade usufrui do potencial cultural que tem e aproveita as oportunidades que aparecem.